Foto: Equipe do E.C.São Bernardo - Anos 60 - No velho Estádio Ítalo Setti
Em praticamente 20 anos de residência
E este é o caso de nosso futebol.
Podemos afirmar que o futebol no Brasil nasceu
Mas o futebol chegou aos principais núcleos urbanos do velho município, creio eu, por meio da influência da própria Capital, nos anos 10, quando aqui proliferavam equipes, principalmente
Mas, as duas equipes, que nasceram do futebol de várzea de São Bernardo, tiveram vida efêmera, e já não mais existiam na metade da década de
Aqui, organizava-se uma boa competição. O Clássico dos “de cima” contra os “de baixo”. Alguns afirmam que os “de cima” eram os moradores da atual Rua João Pessoa, e de todas as outras que estavam “para o lado de cima” da Igreja Matriz. Desta forma, os “de baixo” eram os que habitavam a porção da vila que estava logo abaixo da igreja, nas Ruas Padre Lustoza, Rio Branco (em suas porções inferiores) etc.
Outros afirmam que “os de cima” eram os que habitavam a Rua Marechal Deodoro em sua porção “acima” da Igreja Matriz, no sentido do atual Ferrazópolis. E que “os de baixo” eram os que habitavam a porção inferior da rua em relação a igreja, a porção que ficava em direção ao atual Paço Municipal. Seja lá como for, esta era uma divisão criada apenas para existir a formação de times completos, que pudessem se enfrentar, e não uma divisão motivada pela rivalidade ou por outras questões. E era assim que o futebol da cidade ía vivendo.
Certo dia, ao observar uma dessas partidas, Dante Setti imagina a criação de uma única equipe, que pudesse representar a “sua São Bernardo” nos gramados. Um clube “grande”, e que mobilizasse toda a torcida em torno de um único representante. E Juntamente com Vicente Ragghianti e Itagiba de Almeida, a idéia é levada a frente, e em 3 de Fevereiro de 1928, no Cine São Bernardo, realiza-se uma assembléia que objetivava a fundação de uma nova agremiação. A Platéia se divide entre antigos torcedores do Internacional e da Associação Atlética, que sugerem vários e vários nomes, até que vem a proposta mais coerente: Se é para representar a cidade, o time teria que se chamar São Bernardo! E assim foi! Em 3 de Fevereiro de 1928, funda-se o “Sport Club São Bernardo”, com o negro e o branco em seus uniformes.
Nascia então uma grande equipe, grande e vencedora. O São Bernardo defendeu o orgulho dos moradores da velha “Villa”, transformando-se em uma equipe imbatível, odiada por Sancaetanenses e Andreenses, que depreciavam a vila por seus aspecto rural, que contrastava com a paisagem urbana dos dois distritos, mas que no futebol, nada conseguiam contra os “batateiros” de São Bernardo.
O “Reinado absoluto” do São Bernardo como a única agremiação da cidade, como sonhava Dante Setti, durou até 1935. Em 1935, Alfredo Sabatini, filho de Samuel Sabatini (dono de um armazém) e que era jogador do São Bernardo, foi preterido de um jogo da equipe fora da cidade, sem aviso prévio, o que provocou revolta em Alfredo e em seu pai, que resolveram fundar uma nova agremiação para “bater neles”. “Neles” era o São Bernardo.
Desta forma, nasce em 1º de Setembro de 1935 o Palestra Itália de São Bernardo. O Palestra tinha a pretensão de ser uma “pedra no sapato” do São Bernardo, mas nunca conseguiu esse feito, a rivalidade, que era até grande, não se difundia muito, pois na pequena cidade de então, todos se conheciam, e muitos jogavam pelas duas equipes. Assim, a rivalidade geralmente durava 90 minutos, e depois deles, geralmente quem comemorava era o São Bernardo. Historicamente, a vantagem alvinegra nos clássicos é imensa, e no entanto, isso nunca provocou o desdém dos torcedores do São Bernardo, ou do “Sport”. Cria-se
Nos anos 40, Getúlio Vargas obriga a nacionalização de todas as instituições estrangeiras, e os clubes que representavam colônias, tiveram que acatar a nova lei. Assim o Palestra Itália da Capital virou Palmeiras. O Hespanha de Santos virou Jabaquara, o Germânia da Capital virou Pinheiros, e o Palestra Itália de São Bernardo... Tirou o Itália e continuou Palestra! Obviamente isso ocorreu pela pequena projeção que a equipe de São Bernardo possuía, mas é bom lembrar que os dirigentes do alviverde procuraram o temido DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda do Governo Vargas, preocupados com a nova lei, e receberam sinal verde para prosseguir com o nome Palestra, coisa que o “primo rico” da Capital não conseguiu.
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